Louise Romano


Luana não tinha muitos critérios, só não gostava dos baixos e principalmente magros demais. De magra ela era o suficiente. Mais velhos sempre. Já tinha se relacionado com com gordinhos e sarados. Negros e brancos. Gostava de intelectualidade, embora não fosse exigência. A aparência de nerd de óculos lhe chamava a atenção.

Rafael era exigente quanto aos requisitos físicos. As mais baixas que ele, brancas de cabelos lisos e claros assim como os olhos lhe atraíam. E nada de magrelas, porque de magreza já bastava a dele. Até então por ser assim, sua experiência quantitativa era pouca. Umas boas e outras nem tanto. Apreciava desde boate aos sábados até teatro e espetáculos de dança aos domingos.

Um dia ela, Luana, mordeu sua língua quanto aos magricelos. Rafael era nerd, inteligente, gostava de artes e usava óculos. Mas, era tão magro como uma tábua de passar.

E ele se engasgou com seu discurso de que magrelas eram carta fora do seu baralho. Além disso, ela era toda morena: pele, cabelo. E ainda olhos castanhos.

Não foi nada de repente e abrupto. Eram colegas de trabalho. Saiam sempre com o mesmo grupo para almoçar e acabavam conversando muito. As sextas, o barzinho com os outros colegas era certo para os dois.

Ela começou a perceber que o sentimento estava mudando. Ele parecia nem se dar conta do padrão físico que tinha criado anteriormente. Mas, ela não se conformava pelo fato dele ser magrelo. Era tudo o que Luana não gostava antes. A questão dela ser versátil e gostar de sair, não importasse muito o lugar, cativava Rafael.

A lábia do Rafa magriça e suas afinidades de interesses acabaram conquistando Luana. Ele resistiu no início mas depois se deixou levar até o fato se concretizar.

Os dois acabaram desconstruindo todas as suas teses tolas e percebendo que não há fórmulas quando se trata de sentimentos.


Autora: Louise Romano
Escrito em: 30/08/2011
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Louise Romano


A maioria das pessoas que assisti esse filme pensa na questão sexual, uns sentem tesão, outros nojo. Porém, por ser baseado em fatos reais me atentei a outros detalhes, inclusive em pensar o porquê de algumas atitudes que a personagem toma.

Raquel acha que na vida não dependemos de ninguém. E é isso decide tentar fazer, num ato altamente orgulhoso. Acaba se boicotando e faz isso também com muitas oportunidades de melhorar de vida, oferecidas ao longo da história. 

Por isso considero a trama triste e comovente. E que transmite uma lição de vida. Uma menina que não cresceu. Errou e não aprendeu. Precisou sofrer ao extremo e amar verdadeiramente para destruir seu orgulho.

Autora: Louise Romano
Escrito em: 22/08/2011